terça-feira, 25 de setembro de 2012

Manifesto Humano

Somos 7 bilhões de universos imersos em um único mundo.
Todos nascemos, crescemos e morremos. Durante esse processo nos reproduzimos, ou não.
Durante esse processo, uma história é escrita.
O período em que escrevemos essa história chamamos: VIDA.

E, então, nesse longo ou curto caminho absorvemos informações, criamos rotinas, aprendizados, métodos, temos epifanias e ataques psicóticos. E, como em um universo paralelo, sentimos.
Universo paralelo porque cobre nossa razão, porque nos liberta da limitação da consciência e nos torna o que sempre fomos: Humanos.
Mas então, esse seria o universo paralelo?!

Pessoas, seres vivos, fortes! E frágeis, porque basta estar vivo. E sim! Basta estar vivo....

Pessoas, mundos que acontecem, o coração de ninguém pára em quanto está em vida. A que somos movidos?

Fazemos parte da história hoje, história do mundo, história da vida.

E quando vamos dormir, e quando estamos sozinhos, sentimos nosso corpo pulsar, nosso coração pede paz, pede tranquilidade e uma plenitude que ninguém sabe como, ou, se será atingida. Mas pede...

E quando estamos mais próximos de algo assim, chamamos esse algo: AMOR.

É possível estarmos juntos, é possível ir além.
O além é, somente, o que sempre fomos. E, em consciência, as vezes, não nos damos conta.

Somos Humanos. Seres Humanos. Seremos Humanos.

sábado, 28 de julho de 2012

É só OLHAR no seu dia a dia




A percepção e a disciplina

porque perceber é saber sem saber,
é como a vida acontece sem que a gente pense que quer.
no mundo real é, realmente, o seu ser e estar.

porque disciplinar-se é como já está,
é a vontade que te faz sonhar, buscar e conseguir.
traçar o caminho é um eterno exercício.

parar pra pensar,
usar aquilo que já foi aprendido,
aprendido por todos os sentidos.

e seguir.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Psicnopscopiliói?

A pintura rasga a parede,
que, no choro, parece que perde a vida.
Nunca sabes onde estas e, quase sempre, assim fica.
Meu Deus!

Hoje, o caroço ainda nasce na terra que há.

o caroço
ainda nasce
na terra que há.

Nossa!

A vida sempre estava sta acontecendo.

stavaestavastava
acontecendo.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Hein?!

Os diversos lugares por onde andamos,
tudo o que vivemos digno de emoções e sensações únicas,
segundo pós segundo e nunca o mesmo ser e estar.
Tudo vivido com a alma e o coração, 
as vezes com uma ingenuidade demasiada.
Pior quando com uma malícia tão ingênua perante tudo isso!

Em que mundo vive o mundo? Que mundo é esse?
Será que as pessoas acreditam que o mundo é de pessoas?
E que o mundo foi feito para pessoas?

Isso seria muito ingênuo...

Mais ingênuo estou sendo eu de acreditar que as pessoas vivem o mundo muito mais do que para pessoas.

O que me dizem??

domingo, 24 de junho de 2012

Sapienmetria


Um momento de reflexão,
silêncio que consegue trazer para dentro de ti o mundo onde palpita o coração.
E apesar da tranquilidade aparente,
existe uma íntima e infinita conversação.

Mil e uma vozes dizem e desdizem,
o que sem vontade disseram
e nada disseram quando queriam dizer.

E muitas pessoas me dizem que estou em uma busca.
Elas estão certas.
Pois um dia, careta, sentado na areia e olhando a fogueira,
com o mar marcando o compasso para o violão,
me olhou um irmão, e também me disse:
" Até a negação de uma busca ou a busca de nada, é uma busca."

Descobri que estamos todos buscando.
E uma curiosidade ficou em questão,
O que seria da realidade se o normal fosse que as pessoas agissem e se expressassem de acordo com a verdade, que é real, mas só dentro de cada um??

Nossa! Dá para ir do Paraíso ao Inferno em queda livre!

E o mundo acontece em interação.
O silêncio é sábio,
mas o vício é sempre demasiado.

As linhas são convergentes,
mas oscilam.
Não somos culpados
e, tão pouco, inocentes.

A vida se faz complexa
de um simples sopro consciente.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Muitos já sabiam

Não farei apresentações...


A Luís Maurício, Infante - Carlos Drummond de Andrade

Acorda, Luis Mauricio. Vou te mostrar o mundo,
se é que não preferes vê-lo de teu reino profundo.

Despertando, Luis Mauricio, não chores mais que um tiquinho.
Se as crianças da América choram em coro, que seria, digamos, do teu vizinho?

Que seria de ti, Luis Mauricio, pranteando mais que o necessário?
Os olhos se inflamam depressa, e do mundo o espetáculo é vári

e pede ser visto e amado. É tão pouco, cinco sentidos.
Pois que sejam lépidos, Luis Mauricio, que sejam novos e comovidos.

E como há tempo para viver, Luis Mauricio, podes gastá-lo à janela
que dá para a “Justicia del Trabajo”, onde a imaginosa linha da hera

tenazmente compõe seu desenho, recobrindo o que é feio, formal e triste.
Sucede que chegou a primavera, menino, e o muro já não existe.

Admito que amo nos vegetais a carga de silêncio, Luis Mauricio.
Mas há que tentar o diálogo quando a solidão é vício.

E agora, começa a crescer. Em poucas semanas um homem
Se manifesta na boca, nos rins, na medalhinha do nome.

Já te vejo na proporção da cidade, dessa caminha em que dormes.
Dir-se-ia que só o anão de Harrods, hoje velho, entre garotos enormes,

conserva o disfarce da infância, como, na sua imobilidade,
à esquina de Córdoba e Florida, só aquele velho pendido e sentado,

de luvas e sobretudo, vê passar (é cego) o tempo que não enxergamos,
o tempo irreversível, o tempo estático, espaço vazio entre ramos.

O tempo – que fazer dele? Como adivinhar, Luis Mauricio,
o que cada hora traz em si de plenitude e sacrifício?

Hás de aprender o tempo, Luis Mauricio. E há de ser tua ciência
uma tão íntima conexão de ti mesmo e tua existência,

que ninguém suspeitará nada. E teu primeiro segredo
seja antes de alegria subterrânea que de soturno medo.

Aprenderás muitas leis, Luis Mauricio. Mas se as esqueceres depressa,
Outras mais altas descobrirás, e é então que a vida começa,

e recomeça, e a todo instante é outra: tudo é distinto de tudo,
e anda o silêncio, e fala o nevoento horizonte; e sabe guiar-nos o mundo.

Pois a linguagem planta suas árvores no homem e quer vê-las cobertas
de folhas, de signos, de obscuros sentimentos, e avenidas desertas

são apenas as que vemos sem ver, há pelo menos formigas
atarefadas, e pedras felizes ao sol, e projetos e cantigas

que alguém um dia cantará, Luis Mauricio. Procura deslindar o canto.
Ou antes, não procures. Ele se oferecerá sob forma de pranto

ou de riso.E te acompanhará, Luis Mauricio. E as palavras serão servas
de estranha majestade. É tudo estranho. Medita por, exemplo, as ervas,

enquanto és pequeno e teu instinto, solerte, festivamente se aventura
até o âmago das coisas. A que veio, que pode, quanto dura

essa discreta forma verde, entre formas? E imagina ser pensado,
pela erva que pensas. Imagina um elo, uma afeição surda, um passado

articulando os bichos e suas visões, o mundo e seus problemas;
imagina o rei com suas angústias, o pobre com seus diademas,

imagina uma ordem nova; ainda que uma nova desordem, não será bela?
Imagina tudo: o povo,com sua música; o passarinho, com sua donzela;

o namorado com seu espelho mágico; a namorada, com seu mistério;
a casa, com seu calor próprio; a despedida, com seu rosto sério;

o físico, o viajante, o afiador de facas, o italiano das sortes e seu realejo;
o poeta sempre meio complicado; o perfume nativo das coisas e seu arpejo;

o menino que é teu irmão, e sua estouvada ciência
de olhos líquidos e azuis, feita de maliciosa inocência,

que ora viaja enigmas extraordinários; por tua vez, a pesquisa
há de solicitar-te um dia, mensagem perturbadora na brisa.

É preciso criar de novo, Luis Mauricio. Reinventar nagôs e latinos,
E as mais severas inscrições, e quantos ensinamentos e os modelos mais finos,

de tal maneira a vida nos excede e temos de enfrentá-la com poderosos recursos.
Mas seja humilde tua valentia. Repara que há veludo nos ursos.

Inconformados e prisioneiros, em Palermo, eles procuram o outro lado,
E na sua faminta inquietação, algo se liberta da jaula e seu quadrado.

Detém-te. A grande flor do hipopótamo brota da água – nenúfar!
E dos dejetos do rinoceronte se alimentam os pássaros. E o açúcar

que dás na palma da mão à língua terna do cão adoça todos os animais.
Repara que autênticos, que fiéis a um estatuto sereno, e como são naturais.

É meio-dia, Luís Maurício, hora belíssima entre todas,
pois, unindo e separando os crepúsculos, à sua luz se consumam as bodas

do vivo com o que já viveu ou vai viver, e a seu puríssimo raio
entre repuxos, os “chicos” e as “palomas” confraternizam na “Plaza de Mayo”.

Aqui me despeço e tenho por plenamente ensinado o teu ofício,
que de ti mesmo e em púrpura o aprendeste ao nascer, meu netinho Luis Mauricio.

Carlos Drummond de Andrade.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Camponês de mim

Em uma xícara de café, com os olhos fixos nas estrias da mesa de madeira,
ri por dentro de todas as preocupações que me angustiavam.

As coisas que construímos em vida para a invenção moderna do conceito de prazer e realização.
É, realmente, engraçado enxergar que tudo o que queremos conquistar por aqui faz parte de algo que
não faz parte de nada.
Mas é isso que nos prende os "pés no chão", que nós trás para cá, ao lado de tudo e de todos.

Como será, então, que devemos seguir em frente perante uma coisa que apresenta possibilidades infindáveis de se fazer acontecer, mas que reduzimos a um copo de cerveja, ou uma casa na praia, ou talvez, a segurança de padecermos tranquilos?!

Limitados por nossas próprias limitações, tudo isso me fez lembrar de uma passagem que um famoso mago escreveu:

" Cada pessoa, em sua existência, pode ter duas atitudes: construir ou plantar.
Os construtores podem demorar anos em suas tarefas, mas um dia terminam aquilo que estavam fazendo.

Então param, e ficam limitados por suas próprias paredes. A vida perde sentido quando a construção acaba. Os que plantam sofrem com as tempestades, as estações e raramente descansam.

Mas, ao contrário de um edifício, o jardim jamais para de crescer. E, ao mesmo tempo em que exige a atenção do jardineiro, também permite que, para ele, a vida seja uma grande aventura." - Paulo Coelho

E se vierem as tormentas e devastarem tudo, no meio do meu peito, meu saquinho de sementes ainda está cheio para começar tudo de novo.